Hoje, sob o crepúsculo que tinge de dor e esperança as ruas invisíveis deste refúgio, escrevo para honrar o legado perdido e o futuro que nos convoca. Sou James Edwards Xavier, neto de Charles Xavier, e carrego o fardo e a chama do sonho inacabado de meu avô: um instituto que acolhesse os jovens mutantes, um santuário onde o extraordinário florescesse em meio à indiferença do mundo. A morte de Charles foi um corte profundo na alma dos mutantes. Sua partida não só arrancou dele o líder que inspirava, mas deixou um vazio que ecoou nos corações de todos nós – um silêncio que transformou medo em raiva e, para alguns de nós, despertou uma coragem visceral para lutar por nossa existência. Foi nesse turbilhão de luto e resistência que eu decidi erguer o Instituto dos Jovens Mutantes, um espaço secreto onde cada mente única pode encontrar abrigo, treinamento e, sobretudo, esperança. Cada jovem que passa por estas portas silenciosas é um lembrete vivo de que a dor da perda pode se transformar em força transformadora. Em meio aos desafios de viver ocultos, nossas habilidades – reflexo do legado de Charles – não são apenas dons, mas instrumentos de mudança. Aqui, ressoam as vozes daqueles que, como eu, não aceitaram o destino imposto por uma sociedade que teme o que não compreende. Assim, mesmo com o pesar e a saudade, sigo firme, com a convicção de que minha missão é honrar meu avô e reescrever uma história onde a diversidade e o poder individual são celebrados. Em cada lição, em cada conexão telepática, sinto que a essência de Charles ainda nos guia, impulsionando nossa jornada rumo à liberdade e à aceitação.